3° | 17/04/2012, terça-feira @ Jacksonville
Primeira tarefa do dia: ir até um Best Buy e comprar um GPS,
afinal, a viagem era longa e ninguém tinha muito tempo de ficar olhando mapa.
Isso não é nada “old school”, mas é um tremendo facilitador. Best Buy é uma
super loja de eletrônicos. Consequentemente não compramos só o GPS. Já foram
câmeras, kindles (aquele tablet que imita um livro, sei lá como de escreve), e
um monte de CDs. O interessante que entramos no carro, ligamos o GPS e não
funcionou direito. Voltamos pra trocar, na verdade só a Thais foi trocar, a
Gabi e eu ficamos no carro curtindo um som. Ela voltou uns 15 minutos depois
com um novo GPS, mais barato e melhor, que funcionava e tratou isso sem a
tradicional burocracia que estamos acostumados.
A cidade de Jacksonville não tem muitas atrações. Minha
grande expectativa estava na chance de visitar a escola onde os caras do Lynyrd
Skynyrd montaram a banda nos anos 70. E pra lá nós fomos. Tendo um endereço, um GPS e um Mazdaaahhh,
tudo é possível.
A escola Robert E. Lee High School está completamente em
reformas, mas só pelo fato de tu imaginar os caras por aquelas bandas deixa o
lugar muito legal. Abrindo parênteses aqui. A banda foi formada na época de
colégio deles, e o nome é em referência ao professor de ginástica deles, o
Leonard Skinner. Aqui tem o link pra tu entender melhor a história. Fechando
parênteses. Então tem uma parte nova onde a escola funciona hoje em dia, mas
não tem o clima tão legal. O fato de ter ido lá foi bem afudê e me deixou
extremamente emocionado, mas não tinha muito o quê fazer lá, afinal é uma
escola. Demos uma volta, tiramos umas
fotos e estávamos prontos pra ir.
Em frente a parte nova da escola |
A parte antiga em restauração |
Tirando a escola, não tínhamos mais nada programado pra
fazer na cidade. Uma coisa eu aprendi nessa vida viajando: quer fazer alguma
coisa afudê? Pergunte a um local, a probabilidade de achar algo realmente
interessante é bem maior que ficar zanzando. E foi isso que fizemos.
Perguntamos pra um cara mais velho com uma camisa estampada
muito massa (estilo as que eu uso pra fazer churrasco, o que demonstra
sabedoria da parte dele) que estava saindo da escola com um crachá (ou seja,
deveria ser professor) se ele sabia algum lugar bacana pra gente ir.
Olhou para gente, pensou, pensou mais um pouco, daí nos
perguntou:
- Vocês estão de carro?
- Sim, estamos. – respondemos de forma uníssona.
- Vocês gostam de cerveja? – indagou já de forma sorridente
o professor, sabendo a resposta.
- Sim, gostamos. – mais uma vez de forma uníssona.
Daí nos falou desse bar que ficava algumas quadras da escola
onde havia dezenas de cervejas de várias partes do mundo, e que a comida era
excelente.
Bom, foi pra lá que nós fomos com aquele sorriso de orelha a
orelha digno de quem acabou de descobrir um baita bar.
O nome do estabelecimento: KickBacks. Realmente, que baita bar. Posso parecer
repetitivo, mas a decoração era muito massa. Cerveja por todos os lados, climão
que deixava a impressão que era noite em plena tarde na ensolarada Flórida, o
que dava ainda mais vontade de beber, e o garçom sempre passando na mesa pra
saber se estava tudo certo e explicando tudo sobre cada cerveja e sobre os
rangos. Bom, estávamos em casa.
Teto do buteco |
Ficamos lá um bom tempo. Comemos um almoço excelente. Nachos
com queijo pra abrir os trabalhos e depois, junto com a Thais, pedi um NY
Strip, não sei qual é o pedaço semelhante por aqui, mas era basicamente um
bifão servido entre o ponto e o mal passado, temperado com alcaparras, que...
Barbosinha, que coisa bem boa. Ele veio acompanhado de Cole Slaw (salada de
repolho) e batatas. Refeição de campeão. Segundo dia de viagem e eu já amava
repolho, coisa que nunca comia aqui. E pra harmonizar com a comida a gente
decidiu ficar tomando ceva atrás de ceva.
Nachos |
NY Strip com Cole Slaw e Batatas. Ao fundo sanduba veg |
Na parede em frente a nossa mesa tinha um cardápio com 84 cervejas
diferentes, tanto marcas quantos tipos. E funcionava como uma tabela. Nome,
tipo, tamanho e graduação alcóolica. Bom, meio desnecessário dizer que tomamos
um porre. A Gabi se segurou e bebericou pouco, pois era a motora da rodada.
Cardápio de cevas (não sei porque saiu torto) |
Jacksonville é muito grande, mas não parece
ter tanta gente morando. Ela é muito espalhada e tirando o centro, onde tem a
parte de prefeitura, e essas coisas, não tem quase prédios, o que deixa a
cidade bem interessante de ficar andando de carro. Jax (como os locais a chamam
carinhosamente) também tem praias, não muito paradisíacas, mas tem. E como
tempo não era nosso problema, fomos para a praia (podia ter feito uma menção a
musiquinha, mas não farei). Decidimos ir para Jacksonville Beach, que era a
mais perto.
Andamos uns 40 minutos de carro e chegamos. É tipo a beira
da praia de Tramandaí, e tava meio frio, o que não facilita a curtição praiana.
Sentamos num bar na beira que estava cheio. Ficamos um tempo ali e não fomos
atendidos, como estávamos afim de continuar na ceva, e vimos que ia rolar um
pôr-do-sol pelas bandas do Hooters, decidimos voltar. Voltamos e tomamos umas
no Hooters.
Beira da praia de Jacksonville Beach |
Em busca do pôr-do-sol |
Mais uma vez o tempo estava ali e precisávamos ocupá-lo.
Saí de Porto com o endereço de uma loja de discos de
Jacksonville. Fomos até lá. Quando chegamos ao endereço, nem sinal de ter
existido uma loja por ali. Já era de noite. Perguntei pra um tiozinho que tinha
uma livraria do lado e disse q a loja fechou há anos. Só pensei uma coisa:
maldito site que ainda está no ar.
Enfim. O que se faz quando se está perdido
numa cidade e quer fazer algo? Vimos um cara caminhando por ali com uma
criança. Perguntamos se havia um bar ali por perto. Daí o cara nos indicou um
que ficava uma quadra dali, o (verificar nome nas fotos)
Bom... sabe aqueles bares de filme de tijolos a vista, com
umas grades nas janelas, um monte de mesa de sinuca, muita fumaça de cigarro,
jukebox tocando Lynyrd Skynyrd, etc? Foi num desses que fomos parar. E o melhor
de tudo, tinha uma mesa nos esperando. Então ficamos por lá jogando sinuca,
ouvindo rock, bebendo ceva na jarra (tinha uma variedade gigante de cervejas,
das mais diversas marcas dos mais diversos tipos) e comendo chicken wings com
molho raunch. Nos Estados Unidos eles comem muito as asinhas de galinhas. Muito
mesmo. Tu escolhe o tempero que eles vão usar, desde o mais tranquilito, até
aquele que te deixa com hemorroidas. Ou seja, os caras são experts no assunto,
e essas asinhas são excelentes, ainda mais com cerveja e sinuca. A que pedimos
era pra ser apimentadinha, bem de cantola, mas elas eram de adormecer os
beiços, pq eles realmente gostam de coisas apimentadas. Mas mesmo assim tava
muito boa. Depois de muita sinuca nos sentamos numa mesa, escolhemos umas
músicas no jukebox e ficamos filosofando sobre a beleza de estar de férias, as
coisas darem certo e as perspectivas do Wanee.
Chicken wings, molho raunch, jarra de cerveja e cevas |
Gabi gorando a tacada pra não tomar o capote (e funcionou) |
Na volta, sem pressa andávamos pelas ruas ou estradas que
ligam a cidade, ainda divagando sobre a vida, quando de repente apareceu um
sinal de um lago, ou coisa parecida no GPS. Achamos interessante ir até lá ver
qual é, já imaginando os caras do Skynyrd pescando por lá. Viagem pouca é
bobagem, mas imagina tu na terra dos caras, de noite, meio no trago, e tocando
o som deles na rádio. Fomos indo bem devagarinho passando casa por casa. Lá,
por incrível que pareça, as casas são tri americanas, todas iguais as do filme,
madeira, escadinha pra porta, bicicletas na frente, algumas bandeiras dos EUA, vez
que outra tu vê cestas de basquete junto da garagem e essas coisas. Parece
óbvio, mas na hora tu sente um clima bacana presenciando aquilo.
Estava um breu fudido quando finalmente chegamos na beira do
tal lago, que era cercado de árvores bem grandes. Foi o tempo de parar o carro,
descer do mesmo e uma mulher da varanda ali perto gritou: “Get out of my
property!” com aqueeele sotaque. Quando íamos começar a explicar a situação o
marido dela também saiu pra dar um conferes. Achamos mais sensato voltarmos para
o carro e irmos embora antes que um deles puxasse o gatilho.
Bom, depois dessa era hora de ir embora.
Fomos pro hotel que no outro dia a ideia era sair cedinho em
direção ao Wanee.
:^)