8° | 22/04/2012, Domingo @ Macon, GA
A ideia era acordar bem cedinho pra sair o quanto antes. Mas
foi consenso geral de dormir um pouco mais e descansar um pouco.
Em seguida levantamos e começamos a arrumar toda tralha.
Sorte nossa que o Fernando tinha alugado um caminhonetão e ia limpar tudo em
casa. Então arrumamos nossas coisas e depois jogamos todo o resto na caçamba.
|
Despedida com Fernando e Lida |
Com um clima de melancolia, porém, com a sensação de dever
cumprido, fomos embora. Próxima parada foi Macon, Georgia. O pessoal do Allman
Brothers viveu em Macon no auge criativo deles. A casa onde moravam virou seu
museu, o cemitério e muitas ruas contam boa parte da história da banda.
Depois de umas 3 horas de viagem chegamos direto na
BigHouse, nome da casa do AAB que virou museu da banda. Casa grande, bonita e
imponente. Dois andares, grama bem verde, e no portão da garagem um grande
cogumelo com os dizeres: “and the road goes on forever”. O dia estava lindo,
baita sol, o que deixava o lugar mais legal ainda.
|
Big House |
|
Portão de entrada dos carros |
|
Detalhe na porta |
|
Jardim com um palco para fazer um som |
|
Indicação da entrada |
Bom... não tem muito o que ficar falando sobre um museu.
Tipo, se tu vai no Louvre tu não vai ficar contando detalhes dos quadros, cada
um que olhe e tire suas conclusões. O que vale numa hora dessas são as
sensações que tu tem. A gente foi na sala onde eles ensaiavam, o Hammond do
Gregg tá lá, a mesa de sinuca da casa do Gregg e da Cher tava lá (Gregg Allman
foi casado com a Cher em meados dos anos 70), enfim, muita coisa. Tem material
de todas as fases, e de todos caras que já tocaram na banda lá. Roupas que
usavam, instrumentos que tocavam, vinis que os inspiravam, pôster de vários
shows desde a época que eram Hourglass. Explicam como certas músicas foram compostas. Tudo. Pra quem
é fã é sensacional, realmente incrível vivenciar aquilo tudo. Acho q ficamos
pelo menos 3 horas por lá.
|
Sala de composição |
|
Hammond do Gregg na sala de ensaios |
|
Correia, guitar e slide do Duane |
|
Vitrais da entrada vistos de dentro |
Saímos do museu e fomos atrás de comida, afinal já devia ser
umas 16h e nada de rango. Gostaríamos de almoçar no
H&H, local onde os
caras almoçavam e que continua com a mesma dona e cozinheira, a Mama Louise.
Logo que se mudaram para Macon eles estavam mal de grana e diversas vezes Mama
Louise fazia fiado. Aliás, o laço entre Mama Louise e a banda é tão forte que
quando eles receberam o Grammy no último ano, ela também compareceu na
cerimônia e recebeu uma estatueta daquelas. Mas infelizmente não abre aos domingos.
Um dos caras da Big House nos indicou um restaurante
irlandês pra almoçar, e lá fomos. Um nome muito peculiar e super inovador pra
um lugar irlandês, Shamrock. Bem legal, e com um baita atendimento. Pedi um
porco (lembrava o gosto da chuleta) e um vegetal que não sabia o que era, e
continuo sem saber, que se chamava “squash”. Não gostei e não identifiquei
aquilo no Brasil. Veio uma salada bem boa de entrada.
|
Rangão irlandês |
Sem muito tempo pra digestão continuamos a peregrinação
Allman Brothersística.
Na entrada do museu eles te dão um mapa da cidade mostrando
todos os pontos que estão diretamente ligados a banda. E no verso o mapa do
Rose Hill Cemetery, onde o Duane Allman e o Berry Oalkey (guitarrista e
baixista originais) estão enterrados, assim como a Elizabeth Jones Reed e a Martha
Rellis.
Enquanto estavam vivendo em Macon eles frequentavam direto o
cemitério pra compor sons lá. Fizeram duas obras primas instrumentais (
InMemory of Elizabeth Reed e
Little Martha), e colocaram o nome das músicas com o
nome das pessoas das lápides que eles estavam compondo. E pro cemitério que nós
fomos. Por mais mórbido e bizarro que pareça, é muito sensacional o clima lá.
As músicas que eu já era apaixonado, fiquei mais ainda. Climão muito
interessante.
|
In Memory of Elizabeth Reed |
|
Little Martha |
Também no cemitério visitamos os túmulos do Duane e do
Berry, e ainda no local que eles tiraram a foto da
contra capa do primeiro
disco.
|
Túmulos de Duane (E) e Berry (D) |
|
Contra capa |
Seguimos pelas ruas de Macon até o ponto onde tiraram a foto
pra
capa do primeiro disco. Depois fomos nas esquinas onde o Berry Oakley e o
Duane Allman sofreram acidentes fatais. Os dois morreram em acidentes de moto,
duas quadras de distância uma da outra, e com um ano e alguns dias de diferença.
|
Capa |
|
Local do acidente do Berry |
Já era noite e tínhamos que seguir viagem. Pegamos a estrada
a caminho de Atlanta. Um pouco menos de duas horas e chegamos no albergue, que
parecia uma casa meio mal assombrada, tamanho era a não manutenção das coisas
por lá. Piso rangendo, banheira bizarra, quartos meio abandonados, etc.
Até tomarmos banho quente, depois de 4 dias, e nos
ajeitarmos, já era meia-noite, e era domingo. Rodamos, rodamos, e nada. Nem pra
comer um sanduiche. Até que chegamos num bar fechado, mas que havia gente
dentro. Nos indicaram uma lanchonete 24 horas.
Majestic era o nome. Clássico. Balcão gigante, estofado
vermelho, e todas essas coisas clássicas. Muito legal. Comi algo que não havia
comido, e estava bem curioso, cachorro quente com chilli. Nada de inovador, mas
muito tradicional e com um preparo maravilhoso. Pão, salsicha, chilli, alguma cebola e acompanhado de uma boa porção de fritas. Que
rango bem bom.
|
Bem bom |
Depois disso era voltar pro albergue, dormir numa cama, tentar
descansar, no outro dia a ideia era dar uma banda por Atlanta e depois partir
para o Tennesse.
Nenhum comentário:
Postar um comentário