terça-feira, 21 de agosto de 2012

Na terra dos caras


8° | 22/04/2012, Domingo @ Macon, GA


A ideia era acordar bem cedinho pra sair o quanto antes. Mas foi consenso geral de dormir um pouco mais e descansar um pouco.

Em seguida levantamos e começamos a arrumar toda tralha. Sorte nossa que o Fernando tinha alugado um caminhonetão e ia limpar tudo em casa. Então arrumamos nossas coisas e depois jogamos todo o resto na caçamba.

Despedida com Fernando e Lida

Com um clima de melancolia, porém, com a sensação de dever cumprido, fomos embora. Próxima parada foi Macon, Georgia. O pessoal do Allman Brothers viveu em Macon no auge criativo deles. A casa onde moravam virou seu museu, o cemitério e muitas ruas contam boa parte da história da banda.

Depois de umas 3 horas de viagem chegamos direto na BigHouse, nome da casa do AAB que virou museu da banda. Casa grande, bonita e imponente. Dois andares, grama bem verde, e no portão da garagem um grande cogumelo com os dizeres: “and the road goes on forever”. O dia estava lindo, baita sol, o que deixava o lugar mais legal ainda.

Big House

Portão de entrada dos carros

Detalhe na porta

Jardim com um palco para fazer um som

Indicação da entrada

Bom... não tem muito o que ficar falando sobre um museu. Tipo, se tu vai no Louvre tu não vai ficar contando detalhes dos quadros, cada um que olhe e tire suas conclusões. O que vale numa hora dessas são as sensações que tu tem. A gente foi na sala onde eles ensaiavam, o Hammond do Gregg tá lá, a mesa de sinuca da casa do Gregg e da Cher tava lá (Gregg Allman foi casado com a Cher em meados dos anos 70), enfim, muita coisa. Tem material de todas as fases, e de todos caras que já tocaram na banda lá. Roupas que usavam, instrumentos que tocavam, vinis que os inspiravam, pôster de vários shows desde a época que eram Hourglass. Explicam como certas músicas foram compostas. Tudo. Pra quem é fã é sensacional, realmente incrível vivenciar aquilo tudo. Acho q ficamos pelo menos 3 horas por lá.

Manuscrito original de "Don't Keep Me Wondering"

Sala de composição

Hammond do Gregg na sala de ensaios

Correia, guitar e slide do Duane

Vitrais da entrada vistos de dentro

Saímos do museu e fomos atrás de comida, afinal já devia ser umas 16h e nada de rango. Gostaríamos de almoçar no H&H, local onde os caras almoçavam e que continua com a mesma dona e cozinheira, a Mama Louise. Logo que se mudaram para Macon eles estavam mal de grana e diversas vezes Mama Louise fazia fiado. Aliás, o laço entre Mama Louise e a banda é tão forte que quando eles receberam o Grammy no último ano, ela também compareceu na cerimônia e recebeu uma estatueta daquelas. Mas infelizmente não abre aos domingos.

Um dos caras da Big House nos indicou um restaurante irlandês pra almoçar, e lá fomos. Um nome muito peculiar e super inovador pra um lugar irlandês, Shamrock. Bem legal, e com um baita atendimento. Pedi um porco (lembrava o gosto da chuleta) e um vegetal que não sabia o que era, e continuo sem saber, que se chamava “squash”. Não gostei e não identifiquei aquilo no Brasil. Veio uma salada bem boa de entrada.

Rangão irlandês

Sem muito tempo pra digestão continuamos a peregrinação Allman Brothersística.

Na entrada do museu eles te dão um mapa da cidade mostrando todos os pontos que estão diretamente ligados a banda. E no verso o mapa do Rose Hill Cemetery, onde o Duane Allman e o Berry Oalkey (guitarrista e baixista originais) estão enterrados, assim como a Elizabeth Jones Reed e a Martha Rellis.
Enquanto estavam vivendo em Macon eles frequentavam direto o cemitério pra compor sons lá. Fizeram duas obras primas instrumentais (InMemory of Elizabeth Reed e Little Martha), e colocaram o nome das músicas com o nome das pessoas das lápides que eles estavam compondo. E pro cemitério que nós fomos. Por mais mórbido e bizarro que pareça, é muito sensacional o clima lá. As músicas que eu já era apaixonado, fiquei mais ainda. Climão muito interessante.

In Memory of Elizabeth Reed

Little Martha

Também no cemitério visitamos os túmulos do Duane e do Berry, e ainda no local que eles tiraram a foto da contra capa do primeiro disco.

Túmulos de Duane (E) e Berry (D)

Contra capa

Seguimos pelas ruas de Macon até o ponto onde tiraram a foto pra capa do primeiro disco. Depois fomos nas esquinas onde o Berry Oakley e o Duane Allman sofreram acidentes fatais. Os dois morreram em acidentes de moto, duas quadras de distância uma da outra, e com um ano e alguns dias de diferença.

Capa

Local do acidente do Berry

Já era noite e tínhamos que seguir viagem. Pegamos a estrada a caminho de Atlanta. Um pouco menos de duas horas e chegamos no albergue, que parecia uma casa meio mal assombrada, tamanho era a não manutenção das coisas por lá. Piso rangendo, banheira bizarra, quartos meio abandonados, etc.

Até tomarmos banho quente, depois de 4 dias, e nos ajeitarmos, já era meia-noite, e era domingo. Rodamos, rodamos, e nada. Nem pra comer um sanduiche. Até que chegamos num bar fechado, mas que havia gente dentro. Nos indicaram uma lanchonete 24 horas.

Majestic era o nome. Clássico. Balcão gigante, estofado vermelho, e todas essas coisas clássicas. Muito legal. Comi algo que não havia comido, e estava bem curioso, cachorro quente com chilli. Nada de inovador, mas muito tradicional e com um preparo maravilhoso. Pão, salsicha, chilli, alguma cebola e acompanhado de uma boa porção de fritas. Que rango bem bom.

Bem bom

Depois disso era voltar pro albergue, dormir numa cama, tentar descansar, no outro dia a ideia era dar uma banda por Atlanta e depois partir para o Tennesse.

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